Conheça a herpetocultura, o hobby de quem tem répteis de estimação


Veículo de Comunicação: Portal Minas Faz Ciência Infantil - 29 de março de 2019

 

Quando pensamos em bichos de estimação, geralmente lembramos de gatos e cachorros, pássaros ou peixes.

MAS SABIA QUE TEM GENTE QUE CRIA RÉPTEIS EM CASA?
 
O nome para este tipo de atividade é a herpetocultura: manutenção de répteis vivos e anfíbios em cativeiro, seja como hobby ou com o objetivo de criação comercial.
 
A atividade da herpetocultura é realizado por pessoas de todas as idades e de todas as esferas da vida, incluindo herpetologistas de carreira, criadores de répteis ou anfíbios profissionais e amadores casuais.
 
MAS NEM TODO RÉPTIL PODE SER CRIADO EM AMBIENTE DOMÉSTICO
 
No Brasil, iguanas, jabutis e jiboias estão dentre as espécies que você pode ter, legalmente, em casa.
 
Quem acompanha esse assunto é o Ibama e, desde 2002, uma normativa impede a autorização de novos estabelecimentos para criação comercial desses animais.
 
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (AbinPet), para vender um réptil de maneira legal, a loja deve fornecer ao comprador uma Nota Fiscal, que fale sobre o animal adquirido e contenha algumas especificações técnicas, para comprovar que o réptil nasceu em um cativeiro legalizado pelo IBAMA.
 
Além disso, o animal deve ter obrigatoriamente um microchip de identificação.
 
Por lei, as espécies que podem ser comercializadas são as serpentes, como jiboias (Boa constrictor), salamantas (Epicrates cenchria), suaçuboias (Corallus hortulanus) e piriquitamboias (Corallus caninus); os lagartos, como teius (Salvator merianae) e iguanas verdes (Iguana iguana); e quelônios como jabutis (Chelonoides carbonaria) e tigres d’água (Trachemys dorbigni).
 
Os entusiastas da herpetocultura listam vantagens dos répteis e anfíbios em relação a outros animais para criação doméstica:
 
  • Vivem em terrários em um cômodo da casa;
  • Demandam menos de 15 minutos de cuidados diários;
  • Têm grande variedade de cores, tamanhos, formas e comportamentos;
  • Não sofrem na falta do dono;
  • Não emitem sons;
  • Não soltam pelos ou penas;
  • Alimentação varia entre 1 dia a 30 dias ou mais.
RÉPTEIS BRASILEIROS
 
Nosso país é o terceiro maior celeiro de diversidade de répteis. Em todo o território nacional, já foram descritas 795 espécies, quantidade que situa o país atrás apenas da Austrália (1.057) e do México (942).
 
No mundo todo, são aproximadamente 11 mil espécies de répteis catalogadas.
 
Esses dados constam do artigo Répteis do Brasil e suas unidades federativas: lista de espécies, de Henrique Caldeira Costa, doutor em Zoologia pela UFMG, e Renato Silveira Bérnils, professor do Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
 
AGENTES INFECCIOSOS EM RÉPTEIS DOMÉSTICOS
 
Boa constrictor, em foto de Pavel Ševela via Wikimedia Commons
 
Um estudo da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) chama atenção para riscos e cuidados necessários com os répteis domésticos.
 
Ao observar a crescente criação de répteis como animais de estimação, a preocupação com infecções bacterianas transmitidas por esses animais para humanos também aumenta.
 
Foi essa questão que motivou a pesquisa de mestrado de Carolina Pantuzza, aluna da Escola de Veterinária da UFMG. Ela descobriu que répteis podem carregar, além da mais conhecida Salmonella, outros agentes bacterianos responsáveis por infecções, causando sintomas como a diarreia.
 
Orientada pelo professor Rodrigo Silva, a pesquisa analisou répteis de vida livre e de estimação, no intuito de apontar possíveis diferenças nos agentes eliminados por cada tipo.
 
Diante dos resultados obtidos, os pesquisadores alertam para os cuidados necessários para continuar a ter em casa esses répteis, sobretudo quando se trata do contato com crianças e idosos.
 
CONFIRA UM VÍDEO SOBRE A PESQUISA:
 

*Rodrigo Silva é professor do Departamento de Medicina Veterinnária Preventiva da Escola de Veterinária.

Leia a matéria completa.

 


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